CFP - Fat Fashion: Perspectivas Interculturais/Fat Fashion: Cross-Cultural Perspectives

Call for Papers

Fat Fashion: Perspectivas Interculturais. Organização: Aliana Barbosa Aires (UFPI) e Lauren Downing Peters (Columbia College Chicago). 

Prazo para envio de artigos: 15 março de 2021 - Previsão de publicação: dezembro de 2021.

Deadline for submission of articles: 15th March 2021. Publication expected: December 2021.

Website: https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/announcement/view/1

FAT FASHION: PERSPECTIVAS INTERCULTURAIS

Em seu livro Fat: A Cultural History of the Stuff of Life, Christopher E. Forth observa que existe uma “divisão geográfica entre o Ocidente e 'o resto'” quando se pensa em corpo gordo, o que perpetua “algumas suposições amplamente compartilhadas”na literatura acadêmica (2019, p. 8). Enquanto a “obesidade” é muito criticada como uma praga do capitalismo tardio que afeta desproporcionalmente a sociedade ocidental e, em particular a norte-americana, as culturas consideradas não ocidentais são frequentemente congeladas em um passado mítico no qual a gordura é venerada como um símbolo de saúde, riqueza e fertilidade. Essa perspectiva é sublinhada pela presunção de que o estigma da gordura é um fenômeno distintamente moderno, nascido da revolução industrial, da produção manufaturada em massa e da cultura de consumo. Tais premissas criaram uma dicotomia na qual a gordura é enquadrada como um "problema" que precisa ser investigado nos contextos ocidentais, enquanto é subexaminada além da estrutura ocidental.

A história, a cultura e a teoria a respeito do corpo gordo foram investigadas em grande profundidade nos Estados Unidos, onde o campo interdisciplinar conhecido como Fat Studies ganhou força ao longo da última década, influenciando o trabalho em campos de estudo adjacentes. No campo dos Fashion Studies, o crescente interesse acadêmico pelo corpo gordo se manifestou em um pequeno corpo de pesquisa interdisciplinar que examina a história, a teoria e a prática da moda "plus size" ou “Fat Fashion”, focado em geral na experiência norte-americana (e, em menor grau, britânica e canadense). Os estudiosos que trabalham no campo dos Fashion Studies e de disciplinas afins examinaram revistas e blogs de moda que defendem a positividade corporal em relação ao tamanho grande, a história inicial da indústria de vestuário para tamanhos grandes, a representação de corpos gordos na mídia de moda e a experiência de compra do consumidor gordo, entre outros tópicos enraizados na mídia ocidental, como arquivos e históricos de marcas. Embora este importante trabalho preencha uma lacuna na literatura da moda, que há muito tempo marginaliza os corpos de "Outros", também perpetua a ideia incorreta de que a moda é uma construção distintamente ocidental.

Embora o conceito de "ocidental" e "não ocidental" seja controverso e um tema constante de debate acadêmico, aqui entendemos os países "ocidentais" como aqueles que estiveram no centro dos estudos sobre moda e corpo gordo, como os Estados Unidos Estados, Canadá, Europa e Reino Unido, enquanto o que chamamos de países “não ocidentais” são as regiões que foram marginalizadas ou “esquecidas” na literatura de moda internacional - especialmente a América Latina, Ásia e África. Ao expandir e descentralizar a pesquisa sobre Fat Fashion além da estrutura ocidental, convidamos os colaboradores a explorar a moda para corpos gordos nos contextos global e local - considerando como ideias sobre beleza, corpo e moda mudam através de fronteiras culturais, evoluem no tempo e afetam diferentes grupos de maneiras distintas.

Os tópicos a serem explorados incluem:

• Blogueiros e influenciadores de moda;

• As histórias de marcas de moda de tamanho grande não ocidentais;

• Aspectos históricos do uso e produção de roupas em tamanho grande em diferentes contextos culturais nos séculos XVIII, XIX e XX;

• Design ergonômico para corpos gordos e novas técnicas (modelagem de moda, moulage, etc.) para produzir tamanhos grandes;

• Principais desafios e problemas a serem superados na indústria global de Fat Fashion;

• Revistas de moda especializadas no público gordo em países não ocidentais;

• O desenvolvimento de grades de numeração ou padrões de tamanho de roupas em diversas culturas;

• Necessidades, experiências e engajamento do consumidor gordo no mercado de moda;

• Experiência de compra no varejo em lojas físicas e espaços online especializados no mercado plus size;

• Novas proposições, práticas e metodologias de Design para uma educação de moda inclusiva no que diz respeito ao tamanho;

• Estigma em relação ao corpo gordo e práticas de moda para tamanho grande em diferentes contextos culturais: limites, diferenças e semelhanças;

• Perspectivas que consideram corpos gordos na literatura acadêmica de moda e de moda na literatura acadêmica de estudos sobre o corpo gordo;

• A marginalização do corpo fora do padrão dominante no jornalismo e curadoria de moda;

• Análise da produção publicitária de moda plus size, especialmente comparações entre abordagens ocidentais e não ocidentais;

• Ativismo gordo na moda online e offline, incluindo perspectivas globais e locais;

• Representações culturais e discursos sobre corpo gordo na moda veiculados pelo circuito midiático mainstream;

• O mercado de modelos de tamanho grande no mundo, incluindo padrões corporais, definição e classificação de corpos e estéticas;

• Padrões de beleza no que diz respeito ao tamanho corporal em contextos culturais distintos;

• Tamanho grande e gênero, especialmente diferenças na maneira como os corpos gordos masculinos e femininos se vestem nas culturas ocidentais e não ocidentais;

• E estudos que exploram as interrelações gordura, classe e raça.

Referências Bibliográficas

Forth, Cristopher E. Fat: A Cultural History of the Stuff of Life. London: Reaktion Books, 2019.

FAT FASHION: CROSS-CULTURAL PERSPECTIVES

Editors: Aliana Barbosa Aires (UFPI) and Lauren Downing Peters (Columbia College Chicago). 

In his book, Fat: A Cultural History of the Stuff of Life, Christopher E. Forth observes that there exists a “geographic division between the West and ‘the Rest’” when thinking about fat, which perpetuates “some broadly shared assumptions” in the scholarly literature (2019, p. 8). While “obesity” is much maligned as a plague of late-Capitalism that disproportionately affects Western, and particularly American society, non-Western cultures are often frozen in a mythic past in which fat is venerated as a symbol of health, wealth and fertility. This perspective is underscored by the presumption that fat stigma is a distinctly modern phenomenon, born out of the industrial revolution, mass manufacturing and consumer culture. Such assumptions have set up a dichotomy in which fat is framed as a “problem” in need of investigating within Western contexts, while it goes under-examined beyond the Western frame.

The history, culture and theory of fat have been studied in great depth in the United States, where the interdisciplinary field of fat studies has gained traction over the last decade—influencing work in adjacent fields of study. Within the field of fashion studies, the growing scholarly interest in the fat body has manifested in a small body of interdisciplinary research that examines the history, theory and practice of fat or “plus-size” fashion, which centers by-and-large on the American (and to a lesser extent, British and Canadian) experience. Scholars working within the field of fashion studies and its sister disciplines have examined fat positive fashion magazines and blogs, the early history of the large-size garment industry, the representation of fat bodies in the fashion media and the experience of shopping while fat, among other topics rooted in Western media, archives, brand histories and retail spaces. While this important work fills a gap in the fashion literature, which has long marginalized “Other” bodies, it also perpetuates the incorrect idea that fashion is a distinctly Western construct.

Although the concept of “Western” and “non-Western” is contentious and the topic of scholarly debate, here, “Western” countries are understood as those that have been at the center of fashion studies and fat studies scholarship, such as the United States, Canada, Europe and the United Kingdom, while the “non-West” includes countries and regions that have been marginalized or forgotten within the published fashion literature—especially Latin America, Asia and Africa. In expanding and de-centering the research on fat fashion beyond the Western frame, we invite contributors to explore fat fashion (broadly defined) within global and local contexts—considering how the ideas about beauty, embodiment and fashionability shift across cultural boundaries, evolve over time and affect different groups in different ways.

Topics to be explored include:

  • Fat fashion bloggers and influencers

  • The histories of non-Western, plus- or large-size fashion brands

  • Historical aspects of the uses and production of large-size clothing in different cultural

contexts in the 18th, 19th and 20th centuries;

  • Ergonomic design for fat bodies and new techniques (fashion draping, patternmaking,

etc.) used to produce large-sizes

  • Challenges and problems to overcome in the globalized fat fashion industry

  • The development of clothing size standards across cultures

  • Large-size consumer needs, experience and engagement in the fashion market

  • Retail shopping experiences in physical stores and online spaces specializing in the plus-size market

  • The collection and display of large-size dress in fashion museums, university study collections and private archives

  • New design insights, practices and methodologies for a size inclusive fashion education

  • Fat stigma and how it affects fashion and dress practices in different cultural contexts: boundaries, differences and similarities

  • Perspectives that consider fat bodies in the fashion literature and of fashion in the fat

studies literature

  • The marginalization of the non-standard body in fashion writing and curating

  • Plus size fashion advertising analyses, especially comparisons between Western and

non-Western approaches

  • Fat activism in fashion online and offline, including global and local perspectives

  • Cultural representations and discourses of the dressed fat body in mainstream media

  • Plus-size models around the globe, including body standards, definition and classification

  • Beauty standards with regard to size across distinct cultural contexts

  • Large-sizes and gender, especially differences in how male and female fat bodies are

dressed in Western and non-Western cultures

  • And studies that explore the intersections of fatness, class and race.

References

Forth, Cristopher E. Fat: A Cultural History of the Stuff of Life. London: Reaktion Books, 2019.

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